segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Novo Urbanismo

No novo Urbanismo, novos paradigmas se mostram verdadeiramente úteis. Na Sociedade Antiga imperava o discernimento e o comodismo aproveitador. É altura de renovar essa velha forma de observar o mundo e abrir novas fronteiras à Arquitectura e à forma como pensar a Cidade, a Cultura e a Tecnologia ao serviço de todos nós.

Um caso paradigmático na Cidade de Lisboa é o do Largo do Rato. Em pleno coração da cidade existe uma velha praça chamada de Largo. De largo hoje em dia tem muito pouco como podem observar nas fotos e como podem experimentar as largas centenas de lisboetas que por lá passam todos os dias.

Existe uma barreira nesta praça. A barreira é criada artificialmente pela presença de camadas de vias de circulação entre a cidade e as pessoas. Num largo que já foi presença importante e ponto de encontro entre a alta burguesia e os comerciantes de fino trato, hoje fica um lugar separado do seu próprio processo de importância.

Na década de 80, o presidente da câmara da altura, Nuno Cruz Abecasis, decidiu que a política de betão devia ser levada para junto dos residentes do centro de Lisboa. A feitura de uma verdadeira auto-estrada onde antes era um espaço público foi dessa política um exemplo extremo.

Serão destas circunstâncias de que a cidade é feita? Serão destes olhares pobres de que nasce e vibra a visão requalificadora para o espaço onde vivemos diariamente? Ou poderemos nós intervir neste espaço e criar a verdadeira cidadania? Criar um verdadeiro espírito de abertura entre o habitat e o homem?

Claramente exige iniciativa. Ainda existe esperança. Ainda existe uma nova de olhar as coisas. Temos de recuperar o Largo à sua antiga glória e fazer dele um local de passagem mas também de veraneio. Criar um nó unificador de toda a zona envolvente. Esta praça merece de novo o seu nome, pois se é um Largo, Largo terá de ser.

Devolvam o espaço perdido. Devolvam o Largo ao seu nome.

Salvem o Largo do Rato.

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